Dados Técnicos:
ISBN: 978-85-75430-81-1
Gênero: Ensaio
Páginas: 160
Formato: 14cm x 21cm
Preço de Capa: R$30,00
Atendimento: editora.muiraquita@gmail.com
Resenha: A obra não tem cunho religioso nem tem pretensão de levantar nenhum tipo de bandeira religiosa. O autor foca nas obras de Jesus e seus ideais. O incrível pensamento e a incrível conduta do homem Jesus. Utilizando-se de documentos, Celso Panza explana sobre Cristo como ser histórico e sua jornada como homem, realçando ser os ensinamentos e princípios deixados por Ele, a única saída para a humanidade viver em harmonia.
Sobre o autor: Celso Felício Panza é natural de Niterói. Atualmente tem como atividade principal a consultoria jurídica, sendo magistrado aposentado do Estado do Rio de Janeiro.
"Ensaios da Alma" é o título do novo livro de Celso Panza, que já se encontra no Prelo. Em breve estará nas livrarias.
Sobre o autor: Celso Felício Panza é natural de Niterói. Atualmente tem como atividade principal a consultoria jurídica, sendo magistrado aposentado do Estado do Rio de Janeiro.
"Ensaios da Alma" é o título do novo livro de Celso Panza, que já se encontra no Prelo. Em breve estará nas livrarias.
Estamos abrindo um novo espaço para os nossos autores, a partir de hoje. Uma vez por semana, traremos um autor da nossa editora para comentar algum tema de interesse geral.
Começamos pelo Desembargador e escritor
Celso Felício Panza, autor do livro "A Inteligência de Cristo",
que aceitou o convite da editora Muiraquitã, para apresentar aos
leitores do blog, as suas considerações e críticas sobre o Novo Acordo Ortográfico.
"Não unificou, confundiu."
Divergências aparecem nos dicionários
"Houaiss" e "Aurélio”, nas recém-lançadas
versões de bolso, que já contemplam as mudanças ortográficas. O
"pára-raios" de hoje, por exemplo, virou "para-raios" no
primeiro e "pararraios" no segundo.
A lista de diferenças continua. A
versão mini do "Houaiss" grafa "sub-reptício" e
"para-lama". Em outra direção, o novo "Aurélio" traz
"subreptício" e "paralama".
Prevendo o impasse, antes mesmo do
lançamento dos dicionários, a ABL (Academia Brasileira de Letras) tomou para si
a difícil missão de dirimir essas e outras dúvidas. A palavra final da entidade
sairia apenas em fevereiro, quando as novas regras ortográficas já estariam
valendo.
CONFUSÕES
O acordo internacional, assinado em
1990, foi concebido para unificar e simplificar a grafia da língua portuguesa.
Certos acentos foram derrubados ("enjoo" e "epopeia"), e o
trema, só permanecerá em palavras estrangeiras.
O que tem sido motivo de
apreensão é o hífen.
O acordo está cheio de regras
novas, certas palavras perderão o hífen (como "antissocial" e
"contrarregra") e outras ganharão ("micro-ondas" e
"anti-inflamatório"), mas existem muitas divergências.
O texto diz que devem ser
aglutinadas, sem hífen, as palavras compostas quando "se perdeu, em certa
medida, a noção de composição". E lista meia dúzia de exemplos:
"girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista,
etc.
"O problema está justamente no
"etc.". Como sabemos que as pessoas perderam a noção de composição de
uma palavra? É algo subjetivo", afirmam os professores com acentuada
razão, como o respeitável Marto de Moura, um deles.
Na dúvida, os elaboradores dos dois
dicionários consultaram especialistas e chegaram às suas próprias conclusões.
O "Houaiss", por exemplo,
achou mais seguro ignorar o "etc." e decidiu que só seriam
aglutinadas as seis palavras da lista de exemplos, o que sem pretensão acho
deficitário, há maior amplitude no tema.
"Com essas mudanças, os
dicionários precisam sair na frente, já que são as obras às quais todos vão
recorrer. Precisam dar soluções. Diante das lacunas, tivemos de inferir",
afirma Mauro Villar, coautor do "Houaiss".
O acordo diz que perdem o
acento os ditongos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas,
como "idéia" e "jibóia". No entanto, existe hoje uma regra
que determina que paroxítonas terminadas com "r" tenham acento. O que
fazer com "destróier", que se encaixa nas duas regras?
O texto tampouco faz referência ao
uso ou à ausência do hífen em formações como "zunzunzum",
"zás-trás" e "blablablá", só para citar desencontros e
lacunas.
A Academia Brasileira de Letras se
debruçou sobre pontos obscuros. Seis lexicógrafos e três acadêmicos ficaram com
o encargo.
"Estamos tentando resolver os
problemas de esquecimento e esclarecer os pontos obscuros. As interpretações
serão feitas com o objetivo de facilitar a vida do homem comum", disse
então Evanildo Bechara, gramático e ocupante da cadeira 33 da ABL.
As decisões da comissão da ABL
estarão no "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa", a lista
oficial da correta grafia das palavras.
O término da obra estava previsto
para novembro. Por causa do excesso de dúvidas, o lançamento acabou sendo
adiado para fevereiro.
Uma vez pronto o "Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa", os dicionários de bolso que já
incorporaram o acordo ortográfico internacional precisarão ser mais uma vez
reeditados, dessa vez com as mudanças definitivas.
As novas regras ortográficas começam
a ser aplicadas em janeiro de 2009, mas as atuais continuarão sendo aceitas até
dezembro de 2012.
A partir de janeiro de 2013, serão
corretas apenas as novas grafias.
Não foi objetivo dos tratados,
reforma da ortografia nem unificação da língua como um todo, mas unificação
ortográfica de parte da língua, ainda não unificada. De ressaltar que podia ser
mais concentrada a finalidade conforme abordaremos. Os professores eméritos de
nossa língua consideram equívoco grosseiro nominar o acordo como reforma
ortográfica ou unificação da língua. A mutação dinâmica da língua não se
transforma por legislação. É indiscutível.
Por sua própria natureza está em
permanente construção. Não se altera a língua por leis e decretos; os
regionalismos e bairrismos assim demonstram. E acima de tudo a tradição da
língua há de ser respeitada, conforme assente a unanimidade dos linguistas. Não
abordaremos o que permanece, como por exemplo, as proparoxítonas, que são todas
acentuadas, ficamos no que se alterou para unificar sem simplificar e nas
dissenções ainda existentes, com observações.
Analisemos as alterações: A supressão
do trema não fará ninguém mudar a fala de “linguiça” ou “frequência” sem
pronunciar o “u”. O som não mudará a tonicidade. Se admite que o desconhecedor
da língua assim se posicione e ache, os que a estudam não. O Acordo muda
somente a forma de grafia de algumas palavras, jamais a vocalização, por
exemplo, quanto ao trema suprimido. O destaque dessa parcial unificação cuja
breve crítica faremos, tem sabor eminentemente de caráter político, avaliada a
história, como bem acentua o intelectual Marcos Bagno, Professor da UNB, com
reconhecimento internacional como linguista: “papel político que o Brasil tem a desempenhar na comunidade lusófona.
Portugal, infinitamente menos importante que o Brasil no cenário político e
econômico mundial, se recusa a ver que quem lidera a lusofonia, hoje, somos
nós. O PIB brasileiro é o 8º maior do mundo; o de Portugal é o 41º.Só na
metrópole de São Paulo tem mais falantes de português do que em toda a Europa!
Defender o acordo de uniformização ortográfica é defender essa liderança, é
exigir que Portugal pare de se arvorar como fonte ‘original e pura’ de
irradiação do português e de decisões internacionais acerca da língua”.
Essa vontade de unificar a grafia da
“lusofonia” (países de língua portuguesa) tem sido de embates entre Brasil e
Portugal desde 1911. Existiram rejeições pelo Brasil e indevidas por Portugal.
Mas continuam conforme texto que incluímos ao final, e continuarão. Até a assinatura do acordo, em 31 de dezembro do ano passado, a nossa
ortografia foi (só em 2012, deixa de vigorar, até lá vigoram as duas formas) a que a Academia
Brasileira de Letras, em de 12 de agosto de 1943 aprovou, alterada
posteriormente pela Lei 5.765/1971.
A pretensão de Portugal em ser
“dominus” da uniformização, senhor da língua, como vem ocorrendo, implicaria
dizer, mal comparando e guardadas as proporções, que seria como as línguas
latinas derivadas unificarem-se ao latim, depois de superado o Império Romano
em expressão de dominação e importância, política e econômica. Essa receita, de
esse ou aquele ser palavra final, já gera confrontos na pretendida unificação,
conforme edição do VOLP da ABL, definindo a grafia de coerdeiro, sem hífen e
sem h, quando se grafa co-herdeiro em Portugal, com hífen e h.
Sobre isso se manifesta respeitável
lingüista de Portugal, D’ Silvas Filho, entendendo que a grafia coerdeiro
violenta o acordo conforme exposição detalhada das convenções. Falam o
português, Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau,
Moçambique, Angola e Timor-Leste. Mac-Macau, na China, Goa, na Índia, Galiza e
Málaca, na Malásia, Zanzibar, na África.
A unificação, seja qual for a
dimensão, já se frustrou diversas vezes diante das ásperas dificuldades que se
mostram diante das variadas pronúncias e, ao que parece, ocorrerá novamente,
sem que haja consenso na evolução que está prevista nos decretos legislativos.
Reações descabidas por parte dos
portugueses existiram sempre. Citamos somente uma, a reforma de 1971, absorvida
por Portugal somente em 1973. Oficialmente chamado Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa, a recente iniciativa, costurada desde muito tempo, buscou muito mais a uniformização em vigor até 1993 do que a simplificação.
Poderia se realizar alteração que
unificasse, já que sentados todos em mesa de convenção, simplificando de melhor
forma, com mais abrangência, eliminando desnecessidades de acentuação, sem
prevalência do que se grafa em qualquer solo. Mas após a edição do VOLP
brasileiro as dissenções estão presentes.
O emprego do hífen, extinção do trema
e algumas formas de acentuação, mais o desaparecimento de consoantes mudas,
ligadas à grafia de Portugal, foram o sentido da mudança.
Perdeu-se a oportunidade de tornar
mais simplificada a grafia. A troca cultural seria beneficiada, bradaram os
incentivadores da pequena alteração. Com uma só escrita ganharia também a
representação lingüística, como no castelhano, argumentam seus advogados
favoráveis. Os contrários dizem que na significação vocabular (semântica) e não
na diversidade ortográfica estariam os empecilhos unificadores. Acho que os
segundos têm razão.
Mas as dificuldades são muitas, já se
vê. Todos sabem que “fila” em nossa língua, é “bicha” (pejorativo para nós) em
Portugal, entre inúmeras outras diferenças. Cito uma só mais, entre muitas.
Vendo em lanchonete em Lisboa lista de sanduíches a serem pedidos, li na
oportunidade: “Prego no pão”. Perguntei o que era e espantado obtive a
resposta: era bife no pão. São muitas as diferenças.
Exemplificando em favor da
simplificação, temos a escolha de abolir o acento de “idéia” do “e” aberto, que
é correta, logo que racional, pois prende-se a que não se fala “idêia”, com e fechado, faltando razão para permanecer o acento nos
ditongos abertos de vocábulos oxítonos, ou seja, em que a acentuação se
encontra na última sílaba, “pastéis” ou “herói”, por exemplo. Não se pronuncia
“pastêis” ou “herôi”, fechadamente.
Vamos então às conhecidas alterações e pontuações críticas nossas:
Com o novo acordo voltam as letras K,
W e Y. Com a volta destas letras, oficial, embora já usadas anteriormente como
em km, kg e outros, o alfabeto passa a ter 26 letras.
Acaba o trema
O que é o trema? Trema, diérese ou
ápices não é acento, como muitos, até mesmo professores de português pensam.
Trema é um diacrítico, do grego que implica em
distinguir, “que distingue”. Se sobrepõe a certas vogais para indicar pronúncia
separada da vogal precedente. Foi abolido em Portugal em primeiro de janeiro de
1946; data tempo, pois. Pela convenção ele se extingue para nós, porém a
pronúncia continua como antes, conforme apontado.
Palavras paroxítonas, ou seja,
aquelas em que a acentuação cai na penúltima sílaba, com ditongos abertos “ei”
e "oi", deixam de ser acentuadas. Antes da convenção: i-déi-a, ge-léi-a, fi-lis-téi-a, eu-ro-péi-a,
as-sem-bléi-a, col-méi-a; a-pói-e, a-pói-o, he-rói-co, cor-ti-cói-de, ji-bói-a,
pa-ra-nói-co etc. Nova forma: i-dei-a, ge-lei-a,
fi-lis-tei-a, eu-ro-pei-a, as-sem-blei-a, col-mei-a; a-poi-e, a-poi-o,
he-roi-co, cor-ti-coi-de, ji-boi-a, pa-ra-noi-co etc.
O que fazer se a unificação vai
contra a regra de acentuar palavras paroxítonas terminadas em “r” como
“destróier” ? Esse vocábulo se enquadra nas duas regras. O acordo diz que
perdem o acento os ditongos "ei" e "oi" de palavras
paroxítonas, como "idéia" e "jibóia".
Observação e deixe-se em
realce: conserva-se o acento das palavras oxítonas, acentuação na última
sílaba, e das monossílabas, vocábulos de uma só sílaba, desde que terminadas
em: “eu (s)” : céu ou céus, troféu ou troféus, chapéu ou chapéus etc; “oi (s)” :
herói ou heróis, mongóis, corrói etc; “éis”: papéis, pincéis, anéis etc. O acento do “i” e do “u” tônicos precedidos de ditongo, em palavras
paroxítonas, deixa de ser usado.
Antes da convenção: bai-ú-ca,
fei-ú-ra; nova forma: bai-u-ca, fei-u-ra.
Atenção: o acento permanece em
palavras oxítonas: Pi-au-í, tui-ui-ú, tei-ú. Extingue-se o acento nos hiatos
terminados em eem e oo.
Verbos crer, dar, ler e ver, resultam
sem o circunflexo no primeiro “e” das formas creem, deem, leem e veem, bem com
vocábulos em “oo”, voo, enjoo, magoo, etc.
Relativamente aos diferenciais,
perdem acentuação as seguintes palavras:
Para (verbo). Por exemplo: Para de
fazer isso. Pelar (verbo). Eu pelo, tu pelas, ele pela. Eu pelo o carneiro
começando pela parte da frente até o rabo.
Pólo (s) (substantivo). Exemplo: Polo
Sul; Polo aquático; Camisa polo. Permanece, contudo, acento em Pôde (verbo
‘poder’ no passado) diferenciando de Pode (no presente), Pôr (verbo)
diferenciando de por (preposição).
Fica em aberto, podendo ser ou não
usado, o diferencial em forma e fôrma, o que deveria ser impositivo e não
facultativo, já que não se extrai do texto a diferenciação em oração solta,
como “a forma do pão” (forma em que foi feito) ou a fôrma do pão (recipiente em que é feito), vocábulo que teve a queda
do diferencial na última reforma, o que já não se compreendia, o que sempre
ressaltei, e agora se torna facultativo, equivocadamente.
Acentua-se, para estabelecer a
necessária diferença, a sílaba tônica aberta da primeira pessoa do plural do
pretérito perfeito do indicativo, desta forma diferençando da primeira pessoa
do plural do presente do indicativo.
Ontem nós conversamos com ele;
pretérito perfeito, com ele. (ou conversamos [presente]).
Nós já estudámos (passado) isso no
ano passado. Ou estudamos (presente).
PRIMEIRA CONSIDERAÇÃO
Opção desnecessária
logo que do texto ressairia o tempo do verbo; exemplo: nós já estudamos isso
anteriormente ou nós estudamos agora.
Pode-se assinalar com acento
circunflexo a sílaba tônica da primeira pessoa do plural do presente do
subjuntivo do verbo dar, para distingui-la da primeira pessoa do plural do
pretérito perfeito do indicativo. Exemplos: Espero que nos dêmos [presente do
subjuntivo] bem com a unificação da ortografia. (ou demos [passado do
indicativo]). Ontem nós demos [passado do indicativo] uma lembrança ao amigo
jornalista.
As vogais “e” ou “o” que estiverem em
final de sílaba de palavras proparoxítonas - reais ou acidentais - e que forem
seguidas de consoantes nasais (M ou N) podem receber tanto o acento agudo (´)
quanto o acento circunflexo (^).
Exemplos: Gênero ou género; Antônio
ou António; crônica ou crónica; gênio ou génio; fenômeno ou fenómeno etc. Por
que não permanecer o acento fechado, já que fechada a pronúncia, simplificando?
Proparoxítonas acidentais (eventuais ou aparentes) são as palavras terminadas
em ea, eo, ia, ie, io, ua, eu, uo com a sílaba anterior a essas terminações
tônica.
Nesse caso, tanto podem ser
consideradas paroxítonas terminadas em ditongo crescente quanto proparoxítonas:
cór-nea ou cór-ne-a; sá-bio ou sá-bi-o.
Com muito mais razão repele-se
permitir o acento fechado quando a tonicidade é aberta, não se pronuncia
côr-ne-a.
Os verbos terminados em “guar”,
“quar” e “quir” (como “aguar”, “apaziguar”, “averiguar”, enxaguar”, “obliquar”,
“delinqüir” etc.) passam a admitir dupla pronúncia e dupla grafia em certas
formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo.
O acento agudo do “u” tônico – das
sílabas GU e QU – deixa de ser usado. Exemplos: Eu enxáguo (pronúncia: enxágwo)
Eu enxaguo (pronúncia: enxaGUo), Ele enxágua (pronúncia: enxágwa) Ele enxagua
(pronúncia: enxaGUa)Que eu enxágue (pronúncia: enxágwe) Que eu enxague
(pronúncia: enxaGUe). Eu delínquo (pronúncia: delínqwo) Eu delinquo (pronúncia:
delinQUo) Que ele delínque (pronúncia: delínqwe) Que ele delinque (pronúncia:
delinQUe) O “u” tônico dos verbos “arguir” e “redarguir” (terminados, agora, em
“guir”) NÃO mais terá acento agudo nas formas tu, ele/ela e eles/elas. Exemplos:
(tu) arguis/redarguis; (ele/ela) argui/redargui; (eles/elas) arguem/redarguem.
Observação: mesmo sem o acento, a
sílaba tônica, na pronúncia, pode continuar sendo o “GU”.
Hífen. Primeira Consideração.
MINHAS OBSERVAÇÕES
Nova ortografia: O hífen não será utilizado em palavras formadas de
prefixos e aparentes prefixos terminados em vogal seguidos de palavras
iniciadas por 'r' ou 's', dobrando-se o “r” ou “s” da palavra em
seguimento.
Forma anterior: ante-sala, ante-sacristia,
auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae,
auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha,
extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia,
semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível.
Forma atual: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas,
arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha,
extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, ultrarromântico, ultrassonografia,
suprarrenal, suprassensível.
Exceção à regra: nos prefixos terminados por 'r', permanece o hífen
se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista,
hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação,
super-racional, super-realista, super-resistente etc.
CRÍTICA
Se for dobrado o “r” e o “s” nas
palavras iniciadas nessas consoantes em seguimento a prefixos terminados em
vogal com prefixo ou aparente prefixo, não vejo coerência em manter o hífen nas
palavras em que o prefixo termine em “r”; devia também ser abolido com mais
razão, ainda que para uniformizar vertentes da lingua. ISSO SERIA UNIFICAR
SIMPLIFICANDO.
SEGUNDA CONSIDERAÇÃO
Nova Regra: O hífen não é mais
utilizado em palavras formadas de prefixos e aparentes prefixos terminados em
vogal seguidos de palavras iniciadas por outra vogal
Forma anterior: auto-afirmação,
auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução,
contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial,
infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista,
neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado,
semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado
Forma atual: autoafirmação,
autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução,
contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial,
infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista,
semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade,
supraocular, ultraelevado.
Esta nova grafia se harmoniza com
exceções anteriores à nova reforma, como: antiaéreo, antiamericano,
socioeconômico, o que é desejável.
Exceção: a nova forma não se aplica sendo a palavra seguinte
iniciada por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo e
outras. Por que não em coerdeiro?
CRÍTICA. Por quê? Por ser praticamente mudo o “h”? Ainda assim não vejo razão em
proveito da simplificação. Lamenta-se a não supressão do hífen, repita-se,
ainda que visando uniformização ortográfica linguística parcial, objeto de
fortíssimas resistências em Portugal.
TERCEIRA CONSIDERAÇÃO
Forma atual: Pela nova ortografia
utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo ou aparente prefixo
terminado em vogal e a palavra em seguimento é iniciada pela mesma vogal.
Forma Antiga: antiibérico,
antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo,
arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico.
Forma atual: anti-ibérico,
anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo,
arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico
Qual o conflito que haveria com a
regra de supressão no encontro de vogais diversas como já listado, sendo essa a
justificativa, pois a regra foi alterada em razão da regra anterior, ou
seja, prefixo termina com vogal mais
palavra iniciada com vogal diferente não tem hífen; prefixo termina com vogal
mais palavra inicial com mesma vogal terá hífen.
Por que não suprimir o hífen com
encontro de vogais diversas ou iguais, em nome da simplificação. Por que
criaram uma nova regra contrapondo outra diversa pela nova criada?
Releva notar a estranha exceção
se o prefixo é 'co', se a outra palavra
inicia-se com a vogal 'o', não utiliza-se hífen.
Pela atual forma não se usa hífen em
compostos que pelo costume, uso, perderam a noção de composição. ISTO
COMPLICA-SE.
Forma antiga: manda-chuva,
pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento
Forma atual: mandachuva, paraquedas,
paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento.
OBSERVAÇÃO
O uso do hífen permanece em
palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade
sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que
designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro,
médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel,
beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
O uso do hífen permanece:
Em palavras formadas por prefixos
'ex', 'vice', 'soto': ex-marido, vice-presidente, soto- mestre.
Em palavras formadas por prefixos
'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-navegação.
Em palavras formadas com prefixos
'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio: pré-natal,
pró-desarmamento, pós-graduação.
Em palavras formadas pelas palavras
'além', 'aquém', 'recém', 'sem': além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano,
recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto.
Não existe mais hífen
Em locuções de qualquer tipo
(substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou
conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala
de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.
Exceções: água-de-colônia,
arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à
queima-roupa.
Uso do hífen em palavras formadas por
prefixos ou por falsos prefixos, como os seguintes: aero, agro, alfa, ante,
anti, arqui, auto, beta, bi, bio, circum, co, contra, di, eletro, entre, extra,
foto, gama, geo, giga, hetero, hidro, hipo, homo, infra, intra, isso, lacto,
lipo, macro, maxi, mega, meso, micro, mini, mono, morfo, multi, nefro, neo,
neuro, paleo, pan, peri, pluri, poli, proto, pseudo, psico, retro, semi, sobre,
supra, tele, tetra, tri, ultra, entre outros. protoneurônio, proto-orgânico,
prototórax, protótipo, protozoário.
Com os prefixos PSEUDO, SEMI, SUPRA,
ULTRA, o hífen é usado se a palavra seguinte começar com “h”, “r”, “s” .:
Prefixos e falsos prefixos não são de
fato palavras, por não poderem ser utilizadas sozinhas; sempre são acompanhados
por outro elemento, formando, assim, uma palavra composta por justaposição ou
derivada por prefixação. Usa-se o hífen diante de prefixos ou de falsos
prefixos, se o segundo elemento for iniciado por H.
Exemplos: anti-higiênico, co-herdeiro
(exceção para coerdeiro diante da posição da ABL), mini-horta, proto-história,
sobre-humano, super-homem, ultra-humano.
Exceções: os prefixos “des-“ e “in-“:
desumano, inumano, inábil, desumidificar. Embora o novo acordo não fale
explicitamente, o prefixo “re-” deve constar como exceção: reidratar,
reidratação, reabilitar, reabilitação.Se o prefixo ou o falso prefixo terminam
por vogal OU consoante e o segundo elemento começa pela mesma vogal OU pela
mesma consoante, usa-se o hífen.
Exemplos: VOGAIS IGUAIS:
anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-inflamatório,
auto-observação, contra-atacar, contra-ataque, micro-ondas, micro-ônibus,
micro-organismo, para-atleta, semi-internato, semi-interno. Exceção: o prefixo
“co-”: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante.
CONSOANTES IGUAIS: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-racista,
super-resistente, circum-medida. Se o prefixo termina em vogal diferente da
vogal com que se inicia o segundo elemento, não há hífen. Exemplos:
aeroespacial, agroindustrial, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem,
autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar,
infraestrutura, plurianual.
Se o prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa por “r” ou “s”, além de não haver hífen, dobram-se
essas letras.
Exemplos: antirrábico, antirracismo,
antirreligioso, antirrugas, antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso,
cosseno, infrassom, georreferência, microssistema, minissaia, microrregião,
multissecular, neorrealismo etc.
Se o prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa por qualquer consoante que não seja “r” ou “s”, não se
usa o hífen.
Exemplos: anteprojeto,
antipedagógico, autopeça, autoproteção, coprodução, geopolítica,
microcomputador, pseudomédico, semicírculo, semideus etc.
“Observe-se, o uso dos seguintes
elementos que, mesmo terminados em vogal, são grafados – sempre – com hífen:
“pré-”, “pró-”, “vice-”, ântero-”, “ínfero-“, “pôstero-“, “soto-” e “sota-”. Se
o prefixo termina em consoante diferente da que inicia o segundo elemento, não
se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado,
intermunicipal, superproteção, subchefe, subsede etc. Se o prefixo termina em
consoante e o segundo elemento começa por vogal, não se usa o hífen. Exemplos: hiperacidez,
hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil,
superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente etc.
O prefixo “sub-” se liga com hífen a
“b” e “r” (além do “h”, situação já prevista no tópico . Exemplos:sub-bloco,
sub-bibliotecário, sub-humano, sub-hepático, sub-região, sub-reino etc.
Os prefixos “circum-” e “pan-” se
unem com hífen a vogal, “m” e “n”, além do “h”, situação já
prevista. Exemplos: circum-escolar, circum-navegação, circum-adjacente,
pan-americano, pan-mágico, pan-helênico etc.
Com os elementos “ex-”, “além-”,
“aquém-”, “recém-”, “sem-”, “pós-”, “pré”, “pró-”, “vice-”, “ântero-“,
“ínfero-“, “póstero-“, “soto” e “sota”, sempre há hífen.
Exemplos: além-mar, aquém-mar,
ex-aluno, ex-diretor, ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação, pré-história,
pré-vestibular, pró-europeu, pró-reforma, recém-casado, recém-nascido,
sem-terra, sem-teto, vice-governador, vice-presidente, sota-piloto, soto-capitão,
ântero-lateral, ínfero-lateral, póstero-lateral. Observação- escreve-se, porém,
“pospor”, “predeterminar”, “preestabelecer”, “preexistir” (e variações).
Com sufixos de origem tupi-guarani: usa-se
o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani “-Açu”, “-guaçu” e.
“-mirim”, quando o primeiro elemento
(portanto, antes do sufixo) termina em vogal acentuada graficamente ou em
tônica nasal (caso em que a pronúncia exige que se separem os elementos por
hífen).
Exemplos: abaré-guaçu (grande feiticeiro), andá-açu (espécie de árvore),
ingá-mirim (espécie de árvore), capim-açu (espécie de erva), Ceará-Mirim,
amoré-guaçu, anajá-mirim etc.
Palavras que perderam a noção de
composição; ESSE UM GRANDE COMPLICADOR E
SUBJETIVO.
Não se usa o hífen em palavras que
perderam a noção de composição. Exemplos: catavento, girassol, madressilva, mandachuva, paralama, paraquedas,
paraquedista, pontapé, vagalume, clarabóia.
As regras do “bem” e do “mal”: pelo
novo acordo, três palavras perdem o hífen e se unem ao elemento seguinte com o
“m” virando “n”: benfeito (antes, bem-feito), benquerido (antes, bem-querido) e
benquerer (antes, bem-querer).
Atenção: a forma “bem feito” (sem
hífen) expressa ironia, maldade. Exemplo: “Ele não passou no teste; eu acho bem
feito”. No mais, as regras foram mantidas.
Usa-se o hífen com “bem” e “mal”, se
o segundo elemento começar por “h” ou por vogal.
Exemplos: bem-amado,
bem-aventurado, bem-agraciado, bem-educado, bem-humorado; mal-humorado,
mal-estar, mal-afortunado.
Ressalte-se: no caso do advérbio
“bem”, quando o segundo elemento inicia por consoante, geralmente há hífen.
Exemplos: bem-falante (porém, malfalante), bem-nascido (porém, malnascido),
bem-mandado (porém, malmandado), bem-visto (porém, malvisto), bem-sucedido
(porém, malsucedido), bem-fazer (porém, malfazer), bem-posto (porém, malposto).
O emprego das letras maiúsculas ou
minúsculas.
A única novidade reside no fato de
que os nomes de vias e lugares públicos, bem como os nomes que designam domínios
do saber — artes, ciências ou disciplinas, podem ser, agora, escritos
facultativamente com inicial maiúscula ou minúscula.
Exemplos: Língua Portuguesa
ou língua portuguesa, Filosofia ou filosofia; Praça da República ou praça da
república, Praia de Icaraí ou praia de Icaraí.
Comentários colhidos sobre a unificação:
As dúvidas, uma vez que o Acordo não
era claro sobre a sua utilização, ou seja, a ABL decidiu internamente sobre as
mesmas, a grafia de muitas palavras e expressões, como coerdeiro, sem hífen e
sem a letra h, embora o texto oficial indicasse o uso de co-herdeiro.
«Não entendo como um acordo
internacional tenha sido interpretado como sendo de execução de um só país»,
diz Gilvan Müller de Oliveira, professor de linguística da UFSC e diretor do
IPOL (Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística).
José Luiz Fiorin, professor da USP e
autor de livros sobre linguística, tem opinião semelhante: «O fato de o Brasil
publicar um Vocabulário Ortográfico dá a impressão de que ele está querendo
governar a implantação do Acordo.» A publicação do VOLP pode trazer confrontos
com os outros países, entende Fiorin, «O Brasil deveria estar atento para isso,
não levantando mais suscetibilidade nenhuma», falou, lembrando o fato de alguns
portugueses terem reclamado das mudanças provocadas pelo Acordo — enquanto
apenas 0,5% do vocabulário brasileiro foi modificado, em Portugal a mudança
chegou a 1,5%.
O professor diz que «não é possível
que alguém ache que se trata de um vocabulário definitivo, uma vez que o Acordo
é explícito» em relação à criação de um «vocabulário ortográfico comum».
Segundo Godofredo de Oliveira,
presidente da Colip, «o entendimento é que este vocabulário é a contribuição
brasileira para o VOLP, o que implica dizer também que, se lá na frente houver
alguma pequena adequação, a academia deve estar pronta para fazê-la». É este o
bom entendimento no meu modesto sentir.
Evanildo Bechara coordenador da
Comissão de Lexicografia e Lexicologia da ABL e coordenador da elaboração do
VOLP argumenta que, «se os portugueses seguirem o Acordo que eles assinaram, o
vocabulário será igual». Sobre a escolha de coerdeiro, sem hífen e sem h, e de
palavras cuja grafia o texto do Acordo não esclarece, fala Bechara que a
tradição foi levada em conta.
Na visão de Bechara «afirma que
nenhum ponto de vista adotado pela Academia é aleatório» e, caso Portugal
questione a posição da ABL, a academia irá «defender o ponto de vista dela».
Acho que aos poucos se dará o
encontro definitivo possível, o que, aliás, vem ocorrendo data muito e assim
permite a legislação; é meu credo.
Celso Felício Panza
LUSOFONIA
VIGORA A TENTATIVA DE
UNIFICAR PARCIALMENTE A LÍNGUA?
"Do ponto de vista político, a
unificação ortográfica é importante. Implica numa maior difusão da língua portuguesa nos seus
textos escritos. Mas a reforma poderia ter avançado mais e de forma mais
inteligente na racionalização dos acentos e do hífen. As regras ainda são pouco
acessíveis para o homem comum."
Evanildo Bechara, gramático, membro
da Academia Brasileira de Letras. Preside a Comissão de Reforma.
ISTO É MAXIMAMENTE IMPORTANTE:
"Parágrafo único. A
implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1 de janeiro de
2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o qual coexistirão a norma ortográfica
atualmente em vigor (QUAL ATUALMENTE EM VIGOR?) e a nova norma estabelecida.
(REDAÇÃO DADA PELO NOVO DECRETO DE 2012)." Parênteses nossos.
Qual a norma atualmente em vigor? A
(durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor)
primeira, que poderá coexistir com a última que
conflitou com a primeira, EM VIGOR, esperando a que está por vir (veja-se a confusão de sistema legislativo) e depende
de aceitação de todos os países participantes do acordo, E DO NOSSO CONGRESSO
EVENTUAIS REVISÕES?
Não há questionamentos sobre o fato
que vou abordar, e creio que levanto a hipótese, mas estou em que diante das
tratativas atuais da legislação sobre nossa ortografia, continua a prevalecer a
legislação anterior ao acordo de lusofonia que introduziu modificações na
acentuação, nas palavras compostas, na introdução de novas letras, Y e W, e na
hifenização. E AO FINAL DO ENFRENTAMENTO
BRASIL/PORTUGAL, OCORRENTE, SERÁ A PREVALECENTE, ao menos juridicamente o que a
tradição recusa. Por quê? Porque não haverá acordo.
Como largamente disseminado e em
exercício, os cultores da língua, nos quais me incluo despretensiosamente,
observam a última “regula juris”, assim entendo. Seria indevidamente? É de se
perquirir. Senão vejamos:
Examinemos: Redação nova do
Decreto-lei 4,707 de 1942, alterado pela Lei 12.376 de 2010. Dispõe sobre a
vigência das leis no tempo e no espaço.
Lei de Introdução ao Código Civil
Brasileiro, atual Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação
dada pela Lei nº 12.376, de 2010.
“Artigo 1º. A lei posterior revoga a
anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”
A incompatibilidade entre a lei que
pretendeu unificar e a anterior é flagrante, ou seja, “É COM ELA INCOMPATÍVEL”;
palavras da lei. Então revogado estaria o sistema anterior? Não, já que com
data certa apontada para vigência ressalvou-se, assim também previsto, NA FORMA
DA LEI, permissiva, sua permanência. Não ocorreu sua vigência exclusiva (da
última regra) projetada para a data aprazada, visando adequação e harmonização.
Nova lei, essa a problemática, – terceira lei suspensiva de efeitos – alterou a
nova vigência. E o fez unilateralmente, no Brasil. Afirmou sua exigibilidade
somente em 2016. A ortografia aceitável continua dúplice. Coexistindo a
primeira regra e a que pretendia alterá-la. Há grita de Portugal que rejeita
entre seus léxicos o acordo, como ocorrido no acento diferencial. Essa a
ausência de harmonia, de impossível contorno.
Lei nova revoga lei antiga, toda ou
em parte, conforme o caso. Aparecerá de forma expressa ou tácita a revogação,
ou a temporalidade para entrar em vigor, o que foi feito sem ultimação,
irrealizada, portanto. A revogação se dá por incompatibilidade parcial ou
total, quando a matéria necessitar de uma regulação totalmente diferente em
virtude da evolução de costumes.
A LEI PODE TER VIGÊNCIA TEMPORÁRIA,
SINGULARMENTE. FAZER DA EXCEÇÃO A REGRA TORNA-SE IMPRECISA CONFUSÃO
LEGISLACIONAL. MUITO MAIS SE TRATANDO DE USO DE LÍNGUA. DUAS LEIS COM VIGÊNCIA
TEMPORÁRIA E CONFLITANTES, COM PRAZO CERTO PARA VIGORAR, RECONDUZIDO, A PRIMEIRA
ALTERADA, mais uma terceira (RECONDUÇÃO) suspendendo vigência da nova
conflitante com a anterior, somadas expectativas de concerto de vontade
linguístico entre vários países, FATO FUTURO E INCERTO, CONDICIONAL, com
possibilidade de realização remota, trazendo indiscutíveis desencontros. Onde
prospera confusão tudo é válido.
É CASUÍSMO NOVO SE TRATANDO DE
DEPENDÊNCIA DE FATO FUTURO E INCERTO, DE
TERCEIROS, CONVENÇÃO UNIFORME DE ALGUNS PAÍSES E DE ESCASSA ACEITAÇÃO, DIANTE DAS RECUSAS, PRINCIPALMENTE EM PORTUGAL,
REFORÇADAS PELA NOVA E PRETENDIDA ALTERAÇÃO EXCLUSIVAMENTE BRASILEIRA.
A lei nova dispositiva sobre
sistemática ortográfica de lusofonia, em parte, depende de uniformidade
inexistente. Fato futuro e incerto. É condicional. Tanto é que suspendeu
POSSÍVEL vigência (CONDIÇÃO A IMPLEMENTAR), até que haja consenso. Sem o
consenso e na existência de conflito, a exegese impõe que prevaleça a lei
pretendida modificar, sem alterações, até que definitivamente, se houver,
vigore a nova reforma aceita por todos os componentes da convenção.
A EXPERIÊNCIA MOSTROU A
IMPROVABILIDADE DE AJUSTE UNÂNIME ENTRE OS PARTÍCIPES.
E SE NÃO HOUVER ACORDO, O QUE É
ESPERADO, CONDIÇÃO FUTURA E INCERTA, ASSIM DISPONDO A REGRA, PREVALECERÁ A
PRIMEIRA:
“Art.” 3o São sujeitos à aprovação do
Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisão do referido
Acordo (DIGO EU, ORTOGRÁFICO), assim como quaisquer ajustes complementares que,
nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional. (LEIA-SE ACARRETE DESPESAS AOS
COFRES PÚBLICOS).
HÁ DEPENDÊNCIA DE APROVAÇÃO
CONGRESSUAL DAS REVISÕES POSSÍVEIS, OU SEJA, NÃO VIGORA A REFORMA EM TESE.
A lei alterada tinha previsão
de vigência temporária para alteração, que não ocorreu. Dilargou-se o prazo.
Nenhuma outra lei alterou ou tratou conflitantemente, ao revés, foi suspensa a
alteração. Se suspensa a alteração sem remissão a permanecer na íntegra a lei
que alteraria a originária, resgatada expressamente, desfeita está sua índole
revocatória, LOGO QUE ALTERAÇÕES DEPENDEM DE FUTURA APROVAÇÃO CONGRESSUAL.
DECRETO Nº 6.583, DE 29 DE SETEMBRO
DE 2008.
Promulga o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição...
...
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